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Produtos veganos na prateleira

A diferença entre produtos veganos e à base de plantas

A diferença entre produtos veganos e à base de plantas

 

Nos últimos anos, a quantidade de produtos voltados para o público vegano vem crescendo muito e é fácil perceber isso com uma rápida ida ao mercado. Os produtos veganos que começaram nos gêneros alimentícios, hoje estão presentes na seção de limpeza e até nas prateleiras com produtos convencionalmente de origem animal, como laticínios.

Para alguns isso é uma conquista que precisa ser comemorada e promovida, mas para pessoas que lutam pela libertação animal é muito perigoso rotular certos produtos como “veganos”. Você sabe por quê?

Uma vez que uma empresa lança um produto que não tem nada de origem animal em sua fórmula, ela está dizendo que aquele produto é apto para pessoas veganas. Entretanto, como dito em uma outra publicação aqui do blog, o veganismo não é um movimento de consumo, desse modo, pessoas veganas são contra a cooptação do movimento quando o mesmo é transformado em um nicho de mercado.

A ponto-chave é: se uma empresa se beneficia economicamente da exploração animal através de seus produtos, ela não pode chamar os produtos à base de plantas de seu catálogo de “vegano”, pois a empresa em si não se relacionada com a causa animal em nenhum outro nível que não seja o mercadológico.

Um exemplo prático é o novo sorvete Magnum. O Magnum é um picolé da Kibon que, por sua vez, pertence a Unilever, uma corporação que é dona de diversas outras marcas. Recentemente, foi lançado o Magnum Vegano feito com amêndoas e chocolate sem leite.

O argumento mais apresentado pelas pessoas quando uma empresa lança uma opção vegana no seu catálogo é que o público pode passar a comprar esses produtos e parar de financiar a indústria que explora os animais. Isso até poderia acontecer se o objetivo da empresa, nesse caso da Unilever, fosse fazer uma transição completa da sua linha para produtos à base de plantas, mas o lançamento do Magnum Vegano é apenas um interesse de mercado: vender para um público que eles não atingiam com os sorvetes à base de leite.

Esse não foi o caso com o Sorvete Mondo, uma marca que já nasceu vegana e foi criada por duas sócias também veganas. O catálogo que começou com um sorvete muito parecido com o Magnum, hoje é mais diversificado e nenhum produto leva ingredientes de origem animal.

A partir desses exemplos, o que as pessoas que lutam pela libertação animal reivindicam é o uso da palavra “vegano”. Muitas, inclusive, dizem que vegano é um termo destinado apenas a pessoas e a terminologia usada para se referir a mercadorias deveria ser “à base de plantas”, especialmente nesses casos onde o produto dito vegano é de uma empresa que decidiu lançar uma versão sem ingredientes de origem animal, mas se beneficia da exploração deles através de seus outros produtos.

Por fim, é possível ver que o movimento vegano tem muito trabalho pela frente, especialmente porque além de vegetarianos, ovolactovegetarianos e veganos, tem muita gente se denominando flexitarianos e são o público-alvo perfeito para os produtos “veganos” de empresa não-veganas.